Vender o Carro a Particular ou Entregar o Automóvel como Retoma?

Na hora de trocar de carro surge sempre a questão “o que faço com o meu carro usado antigo?” ou "quanto vale o meu carro"?.
As opções mais viáveis passam por vender o automóvel de forma particular por sua conta e risco ou então utilizar a sua viatura antiga como retoma e abater o PVP do carro que pretende adquirir, pagando apenas a diferença.

Ambas as opções têm benefícios e adversidades, o importante é que conheça bem ambos os lados e decida da forma mais consciente possível.

Vender o Automóvel a um Particular

A maior vantagem de vender o seu automóvel por si mesmo é que conseguirá um preço superior comparativamente a utiliza-lo como troca. No entanto, apresenta algumas desvantagens e preocupações evitáveis:

• Implicará mais tempo e dedicação da sua parte pois terá que anunciá-lo na internet, gerir os contactos, marcar encontros, etc.

• Corre riscos reais e físicos porque irá encontrar-se com várias pessoas que nunca viu antes e que podem ser mal-intencionadas;

• Exigirá gastos financeiros para preparar devidamente a viatura, quer ao nível da higienização, quer ao nível mecânico;

• Terá que tratar, por sua conta, de toda a documentação e procedimentos burocráticos, correndo o risco de o comprador não proceder à alteração de propriedade do veículo no Instituto de Registos e Notariado (IRN) e sofrer implicações legais graves (ex: falta de pagamento de IUC, multas indevidas, etc.).

• Ficará sujeito a ser importunado pelo comprador com reclamações, queixas e exigências após a compra e tal implicar mais gastos diretos com a viatura, mesmo depois de já a ter vendido.

 

Qual é a Documentação Necessária?

Quando for vender o seu carro usado, verifique que está na posse dos seguintes documentos: Documento Único Automóvel (DUA), Cartão do Cidadão (CC) e Declaração de Venda Automóvel. Não é possível vender um carro sem ter na sua posse o DUA. Este deve estar atualizado e ser entregue ao comprador, carimbado pelo Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres e juntamente com um papel de guia que comprova a alteração do registo de posse da viatura.

Terá também de apresentar, no momento de transferência de posse do veículo, o seu Cartão de Cidadão. Também este documento deve estar atualizado, pois o número e a data de emissão serão necessários para preencher a Declaração de Venda Automóvel. Para além destes documentos, recordamos que nenhuma viatura deve circular sem seguro automóvel.

Assim, deverá entrar em contacto com a sua seguradora para que a apólice seja cancelada (ou transferida para outra viatura) a partir do momento da venda. Seja cordial e recorde o comprador de que, no momento em que tiver as chaves do seu carro na mão, este já deverá estar coberto por um seguro automóvel.

 

Quais são os cuidados a ter durante e após a venda?

Vender o seu carro a um particular pode ser um processo seguro e transparente, se tomar algumas precauções. Em primeiro lugar, peça ao comprador que faça o pagamento por transferência bancária. Por segurança, ofereça-se para acompanhar o comprador ao banco, para realizar a transferência: desta forma, tem a garantia de que o comprador tem fundos suficientes na conta e a transferência é realizada.

É também importante que garanta que a alteração do registo de propriedade é feita, para evitar problemas futuros com multas e pagamentos de Imposto Único de Circulação (IUC). Uma vez que o automóvel fica associado ao Número de Identificação Fiscal do seu proprietário, irá ser responsável pelo seu pagamento até à mudança do registo de propriedade.

O mais seguro é acompanhar o comprador a um balcão de atendimento do IMTT e tratar da documentação na hora. Depois de se dirigir ao balcão do IMTT, não se esqueça de cancelar a apólice do seguro, garantindo que rompe, assim qualquer vínculo legal com a viatura. Só poderá ser absolvido de qualquer culpa, em caso de acidente, se tiver consigo a prova de transferência de propriedade e de pedido de cancelamento da apólice do seguro.

 

Entregar o Automóvel como Retoma

Incorporar o seu automóvel anterior num novo negócio de compra de viatura é a opção mais fácil e descomplicada, sem margem para dúvidas.

Poderá obter um valor inferior ao expectado ou desejado, uma vez que a entidade a quem vai vender a sua viatura terá gastos com a garantia, em recondiciona-la e higieniza-la, no entanto as vantagens diretas e imediatas compensam esse eventual desfasamento de valores:

• Vende, na hora, a sua viatura. É um processo muito mais prático, evitando meses de espera e de incógnita sobre quando irá vender o seu anterior veículo.

• Não tem que se preocupar com documentação, burocracias legais nem com a transferência do registo de propriedade (processo de legalização). A empresa tratará de tudo e ficarão, em sua posse, os comprovativos de todos os contratos e documentos para sua salvaguarda. Caso a empresa falhe consigo, tem sempre onde se dirigir para qualquer esclarecimento, sendo que o mesmo não acontece com um particular.

• Não terá que se preocupar com gastos desnecessários e inesperados para recondicionamento interno e/ou externo do seu carro antigo. A empresa que o retomar responsabilizar-se-á por essa parte depois da aquisição.

• Não será incomodado com telefonemas a qualquer hora e em qualquer dia, nem terá que se deslocar para mostrar presencialmente a viatura. Será da responsabilidade da empresa que adquiriu o seu carro tratar de o publicitar e vender, sem ser mais incomodado com qualquer tipo de assunto sobre esse tema. Isso poupar-lhe-á tempo e dores de cabeça.

Uma das principais vantagens, também, de trocar a sua viatura é quando existe um contrato de financiamento por liquidar relativamente a esse mesmo carro que pretende trocar.

 

Viatura Antiga tem Financiamento a Decorrer

Quando assim é, basta pedir o valor de liquidação à entidade financeira com quem vinculou o compromisso e, a partir desse momento, tem duas opções: ou liquida o valor diretamente à financeira, ou então envolve esse prejuízo no negócio do carro que vai adquirir e o valor da retoma oscilará consoante o valor em dívida, sendo a empresa a liquidar esse valor e o remanescente ser-lhe-á dado ou abatido no PVP da viatura que pretende comprar.

Se estiver nessa situação, mas pretender vender o seu carro antigo a um particular, o cenário muda radicalmente. Continua a ter as duas opções supramencionadas, no entanto terá que ter mais cautela.
Se optar por liquidar você mesmo o valor em falta do empréstimo, tudo bem. Caso opte por colocar esse valor em dívida no negócio, o comprador apenas tem que lhe dar o remanescente e comprometer-se a liquidar o crédito, mas aí a história já é outra.

Corre sérios riscos de receber menos dinheiro pela retoma e de o comprador não liquidar o valor em falta conforme acordado, sendo que o lesado será o titular do empréstimo. Portanto, poderá, ainda, ter que pagar o valor de liquidação ou contrair problemas graves na AT (Autoridade Tributária).

O mesmo não acontece se o fizer com uma empresa, visto que esta tem um estabelecimento aberto onde pode sempre dirigir-se e elucidar-se.

Conclusão

Resumindo o anteriormente apresentado, vender a sua retoma a um particular pode ser vantajoso monetariamente, no entanto apresenta adversidades e eventuais complicações que acabam por não compensar o risco.

Pode ser um negócio financeiramente mais interessante, mas quanto vale o seu tempo? Quanto vale a sua segurança? Quanto vale dormir descansado?

Para um negócio sem surpresas, retomar o seu antigo carro é sempre a opção mais viável e cómoda para si.

 

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